O INVENTOR

Pegue o liquidificador, misture teatro, cinema, tv, literatura, uns outros ingredientes e…voilá.

Archive for março 2016

Recordar é viver

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Começou a sessão nostalgia. Eu me lembro de ver Dawson’s na globo sábado à tarde, numa dublagem super tosca. Isso em…98. Meu deus. Aliás, quem não sofreu com a saída da Brenda de Barrados no baile, com os dilemas da Felicity ou com os dramas de Party of five não sabe o que é série adolescente. E até hoje, que nem o Dawson, eu queria ter uma escada na minha janela. Canta junto, Brasil: I don’t wanna waaait…

Written by Marcos M.

março 26, 2016 at 11:34 am

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Outono

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Tenho um grande fascínio por praças, não sei bem explicar por quê. É maravilhoso sentar, perder a noção do tempo e, lentamente, ver a vida passando ao meu redor: os cães com seus donos, mães com seus filhos, casais de mãos dadas num piquenique, as bolhas de sabão se perdendo pelo ar. Sentei-me no banco de tom verde envelhecido daquela praça que me era tão familiar e me pus em exercício de observar a vida que jazia escondida, querendo ser descoberta. Vi a vendedora de flores, com sorriso doce no rosto, arrumando suas belas orquídeas. Vi dois senhores, cabelos brancos e olhar profundo, jogando uma partida de xadrez que, provavelmente, durava uma vida. Vi a água cair da chafariz e fazer fluir a vida que circulava por ali.
Discreta como uma pluma, uma folha seca vem caindo em minha direção, sendo balançada pelo vento que a conduziu até meu lado no banco. Peguei-a e foi quando me toquei que estamos às vésperas da chegada do outono, minha estação favorita do ano. É tempo de dar adeus às temperaturas sobre-humanas que temos enfrentado neste verão e de receber as brisas amenas anunciando a chegada de novos tempos. Afinal, Outono é iminência de renovação. As árvores se despem em tapetes amarelados de folhas secas espalhadas no jardim e, caminhando entre esses resquícios de saudades perdidos pelo chão, também nos é dada a chance de um recomeço. É preciso coragem. Há certa beleza nessa melancolia outonal: choramos o perdido, mas ansiamos por dias melhores.
Tragado de volta à realidade, fui surpreendido por uma bola extraviada que veio parar no meu pé. Logo em seguida, veio correndo o dono dela, um garoto de uns 6 anos, atrás do que era seu por direito. Entreguei-lhe a bola colorida, ele agradeceu de forma lacônica e saiu correndo de volta ao jogo, como quem tinha sede e pressa de viver. Levantei-me do banco, larguei a folha seca no chão e fui caminhando lentamente, ouvindo o som dos meninos jogando se perder atrás de mim.
Era mesmo tempo de recomeçar e, entre aquelas folhas secas, foi quando, aos poucos, fui mesmo resgatando a sede de viver. Sê bem-vindo, outono!

Written by Marcos M.

março 6, 2016 at 8:31 pm

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